Municípios do Klabin Semeando Educação debatem Arranjo de Desenvolvimento Educacional (ADE)
O Arranjo de Desenvolvimento Educacional (ADE) é um mecanismo de cooperação intermunicipal, pelo qual municípios próximos geograficamente se unem para discutir e atuar coletivamente nas questões relacionadas à Educação. Juntos, eles atuam em Regime de Colaboração, dispositivo presente na Constituição Federal e previsto pelo Conselho Nacional de Educação (CNE).
Para debater esse importante tema, o Programa Klabin Semeando Educação, iniciativa da Klabin que apoia a educação pública municipal de 20 municípios de quatro Estados brasileiros, reuniu as equipes de educação dessas cidades para o primeiro encontro sobre ADE de 2023. O objetivo foi apresentar o modelo de funcionamento do ADE e propor uma agenda com temas preestabelecidos, a partir das demandas dos participantes.
Sistema cooperativo e interativo
“O arranjo funciona basicamente no sistema de cooperação, numa perspectiva de gestão compartilhada”, explicou Marília de Souza, consultora da Interação Urbana, ao instigar o grupo para uma primeira reflexão sobre o assunto por meio de um vídeo. De acordo com ela, a proposta de ADE, uma vez compreendida e executada, serve de instrumento de cooperação na busca por uma educação pública de qualidade, tendo como um dos principais propósitos a garantia do direito de aprendizagem. Trata-se, portanto, de um trabalho horizontal, no qual todos compartilham anseios e também a busca por soluções a partir da colaboração territorial (proximidade). Ela sistematizou o percurso percorrido até aqui pelos municípios do programa Semeando Educação. Retomou as ações realizadas nesse sentido em 2021, com a organização e realização da CONAE (Conferência Nacional de Educação), das formações de professores e gestores e do monitoramento que a Interação Urbana realizou e realiza juntamente com os municípios.
Os gestores participantes do encontro se mostraram otimistas com a proposta. Fábio Delfino, representante da Secretaria de Educação de Ortigueira (PR), fez uma provocação interessante sobre como lidamos com ideias inovadoras. “Talvez os mais velhos questionem o porquê de mudar se tem dado certo, mas uma nova ideia pode até otimizar os resultados”, disse. Perspectiva com a qual parece concordar Natália Barbosa, representante da Secretaria de Educação de Goiana (PE): “Atitudes diferentes, resultados diferentes”, destacou. E esses resultados tendem a ser mais consistentes se as atitudes puderem ser debatidas em equipe, à luz de outras experiências compartilhadas. “Sozinho posso ir mais rápido, mas juntos iremos mais longe”, destacou Samara Abrahão, representante da secretaria de Educação de Itararé (SP).
Na prática, o ADE pode ajudar na análise e na avaliação periódica de metas estabelecidas, indicando como cumprir o que foi planejado. O arranjo também pode oferecer uma rede de apoio e as condições para a sistematização do trabalho, além de permitir que outros setores da sociedade participem, desde que haja um termo de responsabilidade previamente estruturado e formalizado. A sistematização de um ADE pode parecer complicado, mas não é. Exige somente boa vontade, planejamento e atitude por parte dos envolvidos. Para Camila Oliveira, coordenadora de Responsabilidade Social da Klabin, “todos temos as ferramentas necessárias para grandes realizações em termos de educação pública. Esse sempre foi o desejo da Klabin e já avançamos muito nesse sentido. Penso que estamos no caminho para irmos além”, disse.
O encontro contou com a presença de gestores educacionais de Angatuba (SP), Congonhinhas (PR), Correia Pinto (SC), Curiúva (PR), Doutor Ulysses (PR), Goiana (PE), Imbaú (PR), Itararé (SP), Lages (SC), Ortigueira (PR), Otacílio Costa (SC), Reserva (PR), Rio Branco do Ivaí (PR), Sapopema (PR), Telêmaco Borba (PR), Tibagi (PR) e Ventania (PR). Patrícia Cândido, da Interação Urbana e coordenadora do Programa Klabin Semeando Educação, finalizou a reunião com a proposta de calendário e os focos dos próximos encontros.