Ações e desafios do Ecoa Gestão frente à pandemia
Secretarias locais de educação e diretor da Interação Urbana, empresa parceira do Instituto Alcoa, falam das melhorias do programa nas localidades e trazem os desafios da volta às aulas
Texto publicado originalmente no site da Alcoa
Foto: Alcoa
Em 2020, o programa Ecoa inaugurou um novo formato de interação com as localidades atendidas, abrindo duas novas frentes de atuação: Ecoa Formação (capacitação dos educadores das escolas participantes) e Ecoa Gestão (capacitação das equipes das secretarias de educação e coordenadores pedagógicos nos três municípios atendidos): Juruti (PA), Poços de Caldas (MG) e São Luís (MA). Ao todo, o programa contempla trintas escolas, dez em cada cidade. À frente da capacitação dos gestores está a Interação Urbana, parceira do Instituto Alcoa no Ecoa Gestão.
Diante da pandemia da Covid-19, a frente Gestão, que a princípio atuaria na capacitação dos gestores públicos e também dos gestores escolares e coordenadores pedagógicos, precisou ser reformulada para oferecer às secretarias municipais apoio no planejamento de ações urgentes e específicas para cada localidade.
Mauro Zanin, diretor da Interação Urbana, empresa parceria do Instituto Alcoa na execução do programa, aponta que o primeiro grande desafio foi reformular todo o planejamento que já havia sido feito para atender às novas necessidades emergenciais impostas pela pandemia. “O desafio foi replanejar a partir de novas demandas, como continuar a fornecer alimentação escolar de modo diferente, suspender serviços de transporte escolar, organizar o teletrabalho entre os servidores das secretarias, promover adequações no orçamento, entre outras”, conta.
O diretor aponta que, com o retorno gradual das atividades das secretarias, será preciso redesenhar como se dará o trabalho presencial, tanto de maneira escalonada nas secretarias, quanto na volta às aulas presenciais nas escolas. “Cada município tem suas realidades e desafios específicos e, portanto, um plano de ação efetivo deve ser personalizado para as necessidades de cada cidade”, observa.
Demandas locais são diversas
Em Poços de Caldas, por exemplo, o programa promove a iniciativa Educadores-Gestores, formação que busca refletir sobre as práticas pedagógicas e analisar os conflitos, as interações, as resistências e as superações que surgem do ‘chão da escola’. Mauro afirma que, nesse contexto, o laboratório de informática foi fundamental: “o laboratório se organizou para dar suporte à rede de ensino, tanto nos encontros de formação de gestores, quanto nas suas reuniões, o que também se ampliou para as reuniões pedagógicas entre gestores, professores e pais.”
Em São Luís, por se tratar de uma região com pessoas em situação de extrema vulnerabilidade social, o diretor conta que as demandas são outras e que o programa tem ajudado e poderá ajudar ainda mais no futuro na superação dos desafios. Mesmo em condições adversas, o trabalho na localidade trouxe bons frutos. “Em depoimentos espontâneos, gestores que participaram do curso declararam maior percepção de seu papel como planejadores por meio da troca de experiências e da criação de uma rede colaborativa e de aprendizagem”, observa.
Um dos que compartilham dessa percepção é o secretário de Educação de São Luís, Moacir Feitosa. “Esse projeto é muito valioso para a secretaria na medida em que trouxe a possibilidade de um bom planejamento estratégico. Isso deu uma visibilidade imensa em relação às ações e subações que a secretaria executa. O programa é rico em informação para os gestores e para a administração e isso, evidentemente, está ajudando muito na formação dos planos de ação e no próprio planejamento curricular nas dez escolas participantes do programa”.
Jonas Moraes Cativo, secretário de Educação do município de Juruti/PA, acredita que as mudanças são positivas. “Jamais podemos nos fechar para as possibilidades de avanços e com esse espírito recebemos a oportunidade de apoio do programa Ecoa nos ajustes em nossa gestão, por meio de sugestões e experiências de outros lugares do Brasil para somar ao progresso educacional de Juruti.”
A secretária de Educação em Poços de Caldas, Maria Helena Braga, também comemora os resultados da iniciativa até o momento. “Foi um projeto muito bem-vindo porque vai capacitar nossos gestores quando voltarmos às aulas. A gestão da escola é muito importante para a qualidade da educação oferecida”, observa.
Mesmo com todos os desafios que estão sendo vivenciados diariamente pelas secretarias municipais de educação, o Programa Ecoa foi recebido com muita receptividade pelas equipes nos três municípios. “A pandemia trouxe um novo cenário para a educação brasileira, que requer novas habilidades, nova forma de pensar e atuar. Para nós do Instituto Alcoa é muito importante saber que estamos contribuindo para o desenvolvimento de alunos e profissionais da educação neste momento e pensando no futuro”, afirma Monica Espadaro, gerente de projetos do Instituto Alcoa.
Volta às aulas presenciais
Moacir reforça a necessidade de trabalhar outros desafios, em suas palavras, de certa forma, inéditos, como, por exemplo, o enfrentamento aos efeitos emocionais da pandemia, entre os quais, a condição de aprendizado do aluno que regressa à escola após um longo período de ausência e a inserção necessária de novas tecnologias, com suas linguagens, metodologias e estratégias próprias. “São desafios novos que se somam às antigas necessidades de mais recursos para atender aos protocolos de higienização, ajuda para as famílias desempregadas ou com parentes doentes”, observa o secretário.
O secretário de Educação de São Luís, por sua vez, comenta que outro grande desafio está no risco de impossibilidade de realizar o ano letivo de 2021 com o afastamento dos alunos e das famílias. “Há um risco muito grande de evasão escolar. Por outro lado, é preciso trabalhar na busca das famílias pela escola porque elas também se afastam. Esse é um desafio que enfrentamos aqui com a distribuição do kit escolar com a merenda para que as famílias não se ausentem por completo da escola.”
Apesar dos desafios, Maria Helena se mantém otimista. “O cenário da pandemia é entristecedor. Ele deixa todo mundo cansado e com medo. Mas o desafio agora é com a volta às aulas. Nós preparamos um comitê para organizar essa volta. Não sabemos ainda quando, mas um dia voltaremos.”